Estudo sobre o peixe Ossubtus xinguense publicado na PLoS ONE
Em estudo recém publicando na revista PLoS ONE (Confira aqui!), o peixe Ossubtus xinguense, que é uma das espécies de água doce mais ameaçada e pouco conhecida da região Neotropical, foi redescrito e teve sua área de ocorrência ampliada. Ossubtus xinguense é uma espécie aparentemente rara na natureza com ocorrência limitada à região conhecida como Volta Grande do Xingu porém, a partir de material adicional as áreas previamente conhecidas foram confirmadas e novos limites de ocorrência foram estabelecidos. Os autores acreditam que a aparente raridade da espécie é devida à baixa eficiência de coleta no ambiente onde O. xinguense ocorre, isto é, corredeiras de forte correnteza geralmente encontrada entre fendas rochosas protegidas por macrófitas aquáticas. Embora ainda considerada rara, os novos registros de ocorrência sugerem que a espécie seja amplamente distribuída nas corredeiras da bacia do rio Xingu. Apesar disso, ameaças graves para esta e para a maioria das espécies reofílicas ainda persistem, principalmente pela construção de reservatórios de hidrelétricas, que degrada o ambiente de corredeira e está entre as principais causas da perda da diversidade reofílica. No caso especial do rio Xingu, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte está alterando drasticamente os locais de ocorrência da espécie, que é endêmica da bacia do Xingu e ocorre unicamente no hábitat de corredeiras. Portanto, é reforçado o grau de vulnerabilidade de O. xinguense e recomenda-se a conservação mandatória das corredeiras acima da área de abrangência de Belo Monte para garantir a saúde das populações remanescentes de peixes reofílicos no rio Xingu.
Apoio: Programa de Apoio à Publicação Qualificada (PAPQ) disposto no edital 01/2016 da PROPESP
Referência: Andrade MC, Sousa LM, Ota RP, Jégu M, Giarrizzo T. Redescription and geographical distribution of the endangered fish Ossubtus xinguense Jégu 1992 (Characiformes, Serrasalmidae) with comments on conservation of the rheophilic fauna of the Xingu River. PLoS One. 2016;11(9):e0161398.
