Estudo de Mestrado de Juliana de Souza Araújo, concluído no Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aquática e Pesca da Universidade Federal do Pará (PPGEAP UFPA), indica que o Rio Bacajá, principal tributário direito do Rio Xingu, possui altos níveis de mercúrio e metilmercúrio em seus peixes. Nove espécies apresentaram níveis de mercúrio acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (0,5 μg.g-1 peso úmido), sendo que a espécie Boulengerella cuvieri, conhecido como "bicuda", apresentou nível acima do permitido pela legislação brasileira para peixes predadores (1,0 μg.g-1 peso úmido). A concentração média de mercúrio aumentou significativamente ao longo da cadeia trófica, com um grande acúmulo de metais nos peixes de maior porte. Esta contaminação pode estar relacionada tanto com a atividade mineradora ilegal presente na região, como com as características geológicas da bacia, ou ainda com a grande quantidade de sedimento carregada para dentro do rio durante a estação mais chuvosa nas áreas de desmatamento.