Você já viu as bitucas de cigarro poluindo uma praia? Um grupo de seis alunas de mestrado do Programa de Ecologia Aquática e Pesca (PPGEAP) da Universidade Federal do Pará (UFPA) fez, na última sexta-feira, 15 de junho, um diagnóstico para identificar ao longo da praia principal da vila de Jericoacoara a presença de bitucas de cigarros, através de um cuidadoso delineamento amostral que permitiu conhecer onde havia maior concentração desse tipo de lixo.
O resultado revelou que as áreas próximas às barracas de bebidas e espreguiçadeiras são as que contêm maior quantidade de resto de cigarros. O trabalho foi coordenado pelo professor Doutor Tommaso Giarrizzo, em parceria com a equipe do ponto focal do Pará do projeto Meros do Brasil, e contou com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Parque Nacional de Jericoacoara.
As alunas do PPGEAP fizeram 200 amostras ao longo da praia principal de Jericoacoara e contabilizaram cerca de 900 bitucas de cigarro. "Muita gente não faz ideia de que um dos lixos mais comuns de praia, as bitucas de cigarro, demoram de um a dois anos para se decompor e que é toxico para organismos aquáticos entre os quais peixes e aves", detalhou o professor. Ele contou que essa foi uma das atividades do curso Disciplina de Campo em Ecologia Aquática, que faz parte do Mestrado do PPGEAP, e que vai ajudar os gestores do parque e a prefeitura de Jijoca de Jericoacoara a programar ações de educação ambiental para efetivar uma coleta específica para esse tipo de lixo. "O diagnóstico vai auxiliar a promover uma limpeza direcionada, que pode ser a instalação de porta-bitucas em algumas áreas da praia", comentou o professor.
Texto e fotos: Micheline Ferreira