A doutoranda do PPGEAP UFPA, Francielly Alcantara de Lima, publicou recentemente seu trabalho de conclusão de curso de graduação pela UFRA. A pesquisa analisa um intervalo de 10 anos de dados de captura da lagosta sapateira Scyllarides delfosi no Norte do Brasil, espécie considerada um importante recurso capturado pela frota pesqueira que atua na pesca da lagosta vermelha, Panulirus argus westonii. Apesar do potencial econômico desta espécie, informações sobre seus aspectos biológicos e pesqueiros eram inexistentes. O trabalho da Francielly investigou pela primeira vez a estrutura populacional, e estimou a fecundidade e o tamanho dos ovos de S. delfosi. Lagostas de variados tamanhos foram capturadas pela frota pesqueira, principalmente juvenis. Uma importante descoberta é a constatação de diminuição de 7 mm no comprimento médio total destas lagostas, comprovando que a pesca de Panulirus (lagosta alvo principal da pesca comercial) impacta negativamente na população da lagosta sapateira. O estudo comprova a importância do investimento em pesquisas voltadas ao ciclo de vida, reprodução e crescimento de S. delfosi, a fim de fornecer o suporte necessário à exploração sustentável e à preservação da espécie, que no litoral norte brasileiro é tratada como fauna acompanhante, e como tal, não existem políticas públicas adequadas ao manejo. 

Dados do artigo: Population structure and fecundity of Scyllarides delfosi Holthuis, 1960 (Scyllaridae) on the Amazon continental shelf. Authors: Francielly A. Lima (doutoranda PPGEAP), Jussara M. Martinelli-Lemos (orientadora) et al. (2018). DOI: 10.1163/15685403-00003783. Financiado pelo CEPNOR/ICMBio 

O discente de mestrado do PPGEAP UFPA, Jefferson Willian, com a ajuda de custo do PRO-DISCENTE CAPES, participou do Aquaciência 2018, realizado entre os dias 17 e 21 de setembro, na cidade de Natal-RN. O Aquaciência é um evento técnico científico que reúne os principais expoentes da aquicultura nacional, e nesta edição premiou os dois trabalhos científicos apresentados por Jefferson, em co-autoria com seus orientadores Drs. Marcelo Costa Andrade e Tommaso Giarrizzo. O prêmio como melhores trabalhos (Forma Pôster) na categoria Estudantes de Pós Graduação e outros (Professores e pesquisadores da área) foi entregue ao discente pela comissão científica do evento.

Texto e foto: Jefferson Willian Silveira da Conceição

ORIENTAÇÕES SOBRE MATRÍCULA!

Conforme o edital de abertura, a matrícula será realizada no dia 14/09 (ver orientações acima). Em caso de dúvidas, entre em contato com a secretaria do PPGEAP para mais informações.

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Resultado Final - 10/09/18 

Resultado da Análise de Currículos - 05/09/18 

Resultado da Análise de Projeto - 31/08/18

Homologação de Inscrições - Após recurso! - 27/08/18

Homologação de Inscrições - 23/08/18

Edital de abertura - PS Doutorado PPGEAP 2018.2

O calendário de ofertas no semestre 2018.2 já está disponível! As solicitações de matrícula deverão ser feitas exclusivamente via SIGAA até o dia 31/08/18.

Os/as discentes que não forem cursar nenhuma disciplina ofertada pelo PPGEAP ou por outro PPG, favor solicitar matrícula em "QUALIFICAÇÃO" ou "DEFESA" (os/as que já qualificaram), através do email da secretaria: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

VERIFIQUE AQUI ORIENTAÇÕES SOBRE MATRÍCULA NAS DISCIPLINAS VIA SIGAA!

Está aberto o Processo Seletivo para o Doutorado Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aquática e Pesca da Universidade Federal do Pará (PPGEAP/UFPA). São ofertadas 09 (nove) vagas, sendo 05 (cinco) para ampla concorrência e 04 (quatro) destinadas ao Acordo de Cooperação entre UFPA/IFAP/UNIFAP (02 para o IFAP e 02 para a UNIFAP). Os aprovados ingressarão em setembro de 2018.

 

Inscrições exclusivamente via internet, pelo site do SIGAA UFPA! No período de 23/07 a 22/08/2018!

Confira o Edital do Doutorado PPGEAP 2018.2

Você já viu as bitucas de cigarro poluindo uma praia? Um grupo de seis alunas de mestrado do Programa de Ecologia Aquática e Pesca (PPGEAP) da Universidade Federal do Pará (UFPA) fez, na última sexta-feira, 15 de junho, um diagnóstico para identificar ao longo da praia principal da vila de Jericoacoara a presença de bitucas de cigarros, através de um cuidadoso delineamento amostral que permitiu conhecer onde havia maior concentração desse tipo de lixo. 

O resultado revelou que as áreas próximas às barracas de bebidas e espreguiçadeiras são as que contêm maior quantidade de resto de cigarros. O trabalho foi coordenado pelo professor Doutor Tommaso Giarrizzo, em parceria com a equipe do ponto focal do Pará do projeto Meros do Brasil, e contou com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Parque Nacional de Jericoacoara.

As alunas do PPGEAP fizeram 200 amostras ao longo da praia principal de Jericoacoara e contabilizaram cerca de 900 bitucas de cigarro. "Muita gente não faz ideia de que um dos lixos mais comuns de praia, as bitucas de cigarro, demoram de um a dois anos para se decompor e que é toxico para organismos aquáticos entre os quais peixes e aves", detalhou o professor. Ele contou que essa foi uma das atividades do curso Disciplina de Campo em Ecologia Aquática, que faz parte do Mestrado do PPGEAP, e que vai ajudar os gestores do parque e a prefeitura de Jijoca de Jericoacoara a programar ações de educação ambiental para efetivar uma coleta específica para esse tipo de lixo. "O diagnóstico vai auxiliar a promover uma limpeza direcionada, que pode ser a instalação de porta-bitucas em algumas áreas da praia", comentou o professor. 

Texto e fotos: Micheline Ferreira

O Projeto Meros do Brasil – Ponto Focal Pará, levou capacitação para mais de 20 estudantes de universidades públicas e privada na manhã desta sexta-feira, 11 de maio, durante a realização do I Workshop de Capacitação do Ponto Focal Pará, que aconteceu na Universidade Federal do Pará (UFPA).

A coordenadora da área, Professora Dra. Bianca Bentes, ressaltou que “este passo inicial reuniu toda a equipe que vai trabalhar nessa missão”. O grupo vai direcionar esforços para a coleta de dados etnoecológicos, ou seja, quem tem origem no conhecimento ecológico local das populações tradicionais de pescadores sobre a biologia e ecologia de Epinephelus itajara, o mero. “A ideia é pulverizar conhecimento, formar esses alunos para que atuem em atividades de campo catalogando as informações que a gente pretende investigar. Na verdade, a ideia do projeto Meros do Brasil vai muito além da ideia de educação ambiental. Estamos trabalhando agora a parte científica na costa Norte do Brasil”, destacou.

Bianca Bentes contou que o Projeto Meros do Brasil vem experimentando um crescimento significativo sob todos os aspectos. Até meados de 2013, o desenvolvimento do projeto estava mais direcionado para estados no Sul e parte do Sudeste do país, com dois pontos focais no Nordeste. “No Pará, éramos um pontinho apenas. Mas agora estamos fortalecendo nossas ações e atuação, reunindo parceiros importantes como o Museu Goeldi, a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a Universidade da Amazônia (Unama)”, pontuou, realçando que a ampliação vai favorecer o aumento da área de estudo, pesquisa, conservação, a partir da definição de metodologias para “se chegar aos resultados pretendidos”.

As metas e resultados são bem claros e definidos.  A coordenadora relata que “como o mero é uma espécie extremamente sensível tanto à atividade pesqueira quanto atividade recreativa, a ideia primeiramente, com o estudo etnoecológico, é definir as áreas de agregação”. “O mero é um bicho que forma cardumes para reprodução, então ele fica ainda mais vulnerável às atividades pesqueira e turística. Queremos identificar essas áreas por meio do conhecimento ecológico local, com pescadores e comunidades tradicionais. A partir daí, vamos validar essas áreas, porque não são áreas perenes, são áreas que são temporárias”, esclareceu.

Depois de identificar, o grupo vai trabalhar na conservação desses pontos, mas sem esquecer da educação ambiental, promovendo a conscientização sobre a conservação dos meros. “Temos muita resistência por parte do setor pesqueiro, inclusive pela pesca de larga escala, que é a que causa um impacto muito grande. O nosso maior desafio vai ser esse, sensibilizar e fazer com que este setor saiba que a ação deles é muito impactante”, completou Bianca.

O supervisor do Ponto Focal Pará, professor Dr. Tommaso Giarrizzo, acredita que capacitações como a que ocorreu nesta sexta, 11 de maio, permite que o projeto não fique restrito à realização de pesquisa ou faça a educação ambiental. “O maior ganho é essa preocupação também na formação de alunos, a partir de técnicas que não são comumente passadas durante a graduação”, replicou.

Tommaso Giarrizzo explicou ainda que essas atividades serão realizadas periodicamente para aprimorar continuamente o repasse de métodos e técnicas, possibilitando que os estudantes estejam sempre habilitados e aptos para atuar no Projeto Meros do Brasil, e que até mesmo possam replicar essas técnicas em outros projetos que tenham relevância para a conservação. “A essência é essa, de envolver alunos de diferentes universidades, e não apenas da UFPA, mas até mesmo universidades particulares, movimentando uma comunidade acadêmica abrangente, e a partir daí, produzir conhecimento em trabalhos de conclusão de cursos, mestrados, com dados que serão gerados pelo Projeto Meros do Brasil”, sublinhou o supervisor.

O Projeto Meros do Brasil conta com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. “Não podemos esquecer que esse patrocínio está sendo a alavanca para desenvolvermos pesquisas inéditas. Iniciativas como essa contribuem com a pesquisa e a conservação de espécies. A iniciativa é louvável e outras empresas de grande porte deveriam seguir esse exemplo. Sem o apoio da Petrobras a gente não teria como fazer nada. Através desse apoio, a Petrobras mostra que está comprometida com os processos ambientais também”, finalizou a coordenadora do Ponto Focal Pará.

Texto: Micheline Ferreira

Fotos: Micheline Ferreira

Qual o impacto que o tráfego constante de carros pode provocar no Parque Nacional de Jericoacoara? Essa é uma das perguntas que terão finalmente resposta com a conclusão dos estudos, a partir das amostras de sedimentos, que estão sendo avaliadas por um grupo de estudantes da disciplina Curso de Campo, do Programa de Pós Graduação em Ecologia Aquática e Pesca (PPGEAP), da Universidade Federal do Pará (UFPA).

O estudo deve ser concluído no inicio do segundo semestre  de 2018, segundo o Professor Doutor Tommaso Giarrizzo, que ministrou a disciplina no mês de março, com o auxílio dos monitores Fabíola Seabra e Oswaldo Junior, além dos apoios operacional e logísticos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Secretaria de Meio Ambiente e Turismo da Prefeitura Municipal de Jijoca e Cooperjeri.

O trecho amostrado e que vai esclarecer sobre o impacto de carros, motos, caminhões e jardineiras compreende aquele que vai da vila do Preá até a vila de Jericoacoara. A intenção é verificar se a compactação contínua do sedimento, a partir desse tráfego diário e permanente, reduz ou mantém a mesma quantidade de invertebrados aquáticos, ou se este número sofre alguma alteração, provocando composição diferente em função do trânsito frequente.

Tommaso Giarrizzo espera  que o estudo vai permitir ter uma leitura sobre um eventual impacto ambiental dentro do parque nacional. “Fizemos coleta de amostras de sedimentos nas quais são encontrados invertebrados aquáticos, e vamos comparar a composição, abundância e riqueza tanto nas amostras das praias onde passam carros como nas áreas onde não passam”, relatou.

Os estudantes de Mestrado do PPGEAP vivenciaram a prática de amostragens de invertebrados aquáticos, de peixes, além da estrutura de vegetação e presença de resíduos sólidos trazidos pelo mar, o lixo marinho. Todos os resultados dessas atividades têm como objetivo, também, auxiliar na gestão do parque, já que serão produzidos indicadores de como estão as diversas áreas protegidas, mas que nelas existem vilarejos como Jericoacoara, Preá, Lagoas Azul e do Paraíso, etc.

Outro estudo que foi realizado diz respeito ao primeiro registro da tilapia, peixe da familia Cichlidae, de água doce, nativo da África e que se tornou uma espécie invasora nas Américas do Norte e Sul. O peixe foi encontrado dentro do parque, o que segundo o professor Tommaso Giarrizzo ocorreu em razão do rompimento de um tanque de cultivo em ambientes naturais.  A tilápia é cultivada no país através de piscicultura.

O grupo de estudantes também fez o resgate de cavalos marinhos em uma área de lagoa que sofreu repentina drenagem. De forma inesperada, uma lagoa teve a barra de contenção rompida e secou em apenas três horas deixando peixes e outras espécies fora da água. Mas graças à rápida e eficiente ação dos mestrandos da UFPA os danos foram minimizados. “Não podíamos soltar os cavalos marinhos no mar porque não teriam como sobreviver. Então a equipe da disciplina fez o resgate e realocou os cavalos marinhos no mangue da região, que ficava a 25 km de onde ocorreu o fato, em parceria com o ICMBio, e onde já sabíamos que lá se tratava de um habitat apropriado para a espécie”, explicou o ministrante da disciplina Curso de Campo.

Outra atividade bem produtiva para os estudantes foi a análise da estrutura do bosque de mangue do parque nacional, no qual puderam avaliar desde o tamanho das árvores até mesmo a composição ao longo de um trecho de um canal de maré, que tem grande relevância e onde é realizada extensiva atividade de ecoturismo. Durante todos os dias em que estiveram em Jericoacoara, o grupo promoveu seminários para debater e estudar as várias situações encontradas durante as coletas e pesquisas. “Agora estamos na fase de analisar as amostras e depois vamos partir para a produção de relatórios, que serão publicados em revistas nacionais e internacionais, mas que principalmente serão encaminhados para os gestores dos órgãos competentes do parque nacional”, finalizou Tommaso Giarrizzo.

Texto: Micheline Ferreira